Julio Cezar Neves é do Rio de Janeiro — como o samba, o caos e a ginga para resolver problema com pouca verba e muita criatividade. Engenheiro de produção pela UFRJ, pós-graduado em informática pelo IBAM (que não é o Google, mas ensina a pensar) e analista de suporte de sistemas desde 1969. Sim, sessenta e nove. Muito antes da Internet aprender a engatinhar.
Foi diretor de Informática do IplanRIO, que é o cérebro eletrônico da Prefeitura do Rio (e, às vezes, também seu marcapasso). Hoje, é professor universitário e Consultor da ONU — onde traduz informática para quem prefere planilha, mas sonha com soluções globais.
Mas o que traz Julio à CONFLOSS é outra história: Unix desde 1980, quando o Brasil ainda fabricava computador com acento. Fez parte da equipe que criou o SOX, um Unix tupiniquim da Cobra Computadores. De lá pra cá, virou referência nacional em Shell Script e migração para Software Livre, com um portfólio de palestras que já cansou de cruzar o Atlântico.
Não por acaso, é conhecido como o Papai do Shell no Brasil — título conquistado mais por insistência (e competência) do que por marketing. Publicou livros, artigos e até um “livro livre” na internet — porque cobrar por conhecimento, para ele, é um bug de sistema. Se você mexe com Linux e nunca ouviu falar em Julio Cezar Neves, talvez seja hora de rodar um man
na sua memória.